Minimizar setup: até quando vale a pena?
Neste post de Augusto Pretto, sócio consultor da NEO, fala sobre Sistemas de Sequenciamento Detalhado da Produção, ou Programação Fina da Produção, como é o caso do Opcenter APS, que operam utilizando heurísticas parametrizadas a partir de critérios prioritários definidos para o sequenciamento. Um dos principais critérios utilizados pelas indústrias é a minimização de setups ou trocas, que se referem às atividades necessárias para preparar uma máquina, equipamento ou linha de produção antes do início de uma nova ordem de produção ou mudança de produto. Mas até que ponto isso vale a pena? Leia o artigo a seguir e descubra!
Sistemas de Sequenciamento Detalhado da Produção, ou Programação Fina da Produção, como é o caso do Opcenter APS, operam utilizando heurísticas parametrizadas a partir de critérios prioritários definidos para o sequenciamento. Um dos principais critérios utilizados pelas indústrias é a minimização de setups ou trocas, que se referem às atividades necessárias para preparar uma máquina, equipamento ou linha de produção antes do início de uma nova ordem de produção ou mudança de produto.
Mas até que ponto isso vale a pena?
Sob uma ótica, a minimização de setups reduz perdas associadas a operações desnecessárias e ao lead time (tempo total entre o momento do pedido até a entrega do produto). No entanto, essa prática também pode provocar aumento de estoques, produção antecipada e até mesmo comprometer o cumprimento de prazos. Minimizar setups é positivo apenas até o ponto em que isso favoreça a estratégia do negócio como um todo, e não somente o setor de manufatura.
Existe uma lógica intrínseca na redução de trocas: quanto menos setups, menor o desperdício — já que se evitam operações que não agregam valor direto ao produto final. Além disso, aumenta-se a eficiência dos recursos produtivos, pois mais tempo da capacidade disponível é utilizado na produção, e menos tempo é desperdiçado em atividades improdutivas. Com isso, o makespan (tempo total necessário para completar um conjunto de tarefas ou ordens de produção) tende a diminuir, o que pode impactar positivamente os prazos de entrega ao cliente.
Por outro lado, evitar setups a qualquer custo pode gerar outras perdas. As duas mais comuns são:
- Superprodução: quando se produz mais do que o necessário e/ou antes do necessário, gerando perda por antecipação;
- Estoques excessivos: quando a produção ou compra de materiais excede a demanda real.
Para evitar setups, é comum antecipar a produção de determinados produtos, o que acarreta acúmulo de estoque, consumo prematuro de recursos e necessidade de armazenamento, seja de produtos intermediários ou acabados. Nesse cenário, embora indicadores de produtividade, como o pilar de performance do OEE (Overall Equipment Efficiency), possam mostrar melhora, outros indicadores como OTD (On-Time Delivery), Dias de Estoque e Giro de Estoque tendem a piorar. Compromete-se o OTD ao deixar de produzir o que era necessário no momento certo; aumentam-se os dias de estoque ao produzir volumes sem consumo previsto; e o giro de estoque diminui automaticamente.
Para entender até que ponto vale a pena evitar setups, é fundamental analisar os objetivos estratégicos da empresa e os indicadores que medem seu alcance — sempre com foco na sustentabilidade de longo prazo. Vale lembrar que bons resultados locais nem sempre representam um negócio saudável e alinhado à estratégia global. Isso reforça a importância de uma análise horizontal dos processos de negócio, de forma que a decisão sobre setups seja tomada em benefício do todo, e não de áreas específicas.
Como exemplo, podemos pensar em objetivos genéricos, comuns a qualquer indústria: entregar os produtos no prazo, com qualidade e na quantidade esperada. Assim, setups devem ser evitados apenas até o ponto em que não comprometam esses objetivos.
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Soluções de planejamento e sequenciamento da produção como o Opcenter APS oferecem agilidade, flexibilidade e robustez na geração de informações e no suporte à tomada de decisão, permitindo o balanceamento entre critérios produtivos e estratégicos de forma inteligente e eficaz que apoiam a tomada de decisão, através de parametrização de heurísticas de sequenciamento, definição de critérios de minimização e maximização, que permitem gerar inúmeros cenários de sequenciamento em poucos minutos.